Há mais ou menos dois anos, um renomado museu de Nova York incluiu os games como uma nova categoria de arte. Tal como os quadrinhos, a inclusão surgiu envolta da velha polêmica do que é considerado arte de fato. Mas gostem ou não, nossa mídia digital também é uma forma de arte. E convenhamos, é um título mais do que merecido.

Tal como dentro de cada mídia artística existem diversas vertentes, os games também possuem diversas formas de apresentar sua arte. E entre elas, uma das mais conhecidas sem sombra de dúvidas é a Pixel Art. Conhecido hoje em dia pelo saudosismo dos anos 90 e seus games de Mega Drive e Super Nintendo, e pela recorrente facilidade de acesso em trabalhar com as ferramentas de edição dessa forma, o Pixel Art não é apenas uma das porta de entrada para novos game designers e artistas, mas uma expressão artística divertida e dinâmica como nenhuma outra.

Vejamos um pouco mais sobre ela no Papo de Gamer de hoje.

Pixel Art Subestimado?

Pixel Art, como o próprio nome diz, é a arte feita com pixels. Embora tenha se popularizado há alguns anos, com a ascensão da indústria indie e seus games cheios de nostalgia, o termo já existe desde os anos 80, conforme a geração 8-bits ganhava seu destaque.

Você pode até achar "tosco", mas tente fazer algo no mesmo nível.

O auge do Pixel Art, enquanto mainstream, foi nos anos 90, em que a diversidade de estilos das plataformas 16-bits foi melhor explorada, e os 32-bits do Playstation, Nintendo 64 e Sega Saturn se misturavam aos gráficos 3D emergentes.

Um exemplo de Pixel Art é
contar toda a trajetória de um console
de maneira simples e direta.
A arte se caracteriza pelas pinturas estilizadas ou mesmo cartunescas, coladas pixel a pixel no computador. A grande "controvérsia" enquanto frente artística está no fato de que todo o processo de "pixelização" é feito unicamente no computador, utilizando inclusive ferramentas simples como o Paint, por exemplo. Porém, ao menos olhos do grande público, o Pixel Art é uma arte respeitada e divertida em sua proposta.


Exemplos conhecidos de Pixel Art

Embora o mercado mainstream de games hoje se preocupe mais com os gráficos Full HD e altas taxas de FPS, o Pixel Art continua forte tanto entre game designers que pipocam no mercado indie, como por entusiastas e curiosos em colocar suas homenagens (e com mais frequência, suas zueiras...) a suas séries favoritas na forma de pixels.

Um bom exemplo é o recente Shovel Knight. Se inspirando nos clássicos dos 8-bits, seu trabalho de arte é incrível ao misturar o velho (texturas, movimentação e... pixels) ao novo. Faça um breve comparativo, e verá que poucos jogos da geração homenageada faziam metade do que o recente vencedor do Game Awards de melhor jogo indie fizera.


Mas estamos falando de games completos, que utilizam a tecnologia para criar aquela arte em movimento tão ovacionada por amantes da arte gráfica. O que vale aqui é seu uso mais comum, muito procurado por usuários para fazer crossovers de personagens, aqueles gifs animados que tanto viralizam nas redes sociais, ou as simples homenagens.

Claro que pode o Crossover entre Rock N' Roll Racing e Smash Bros!

Aqui, a Nintendo muitas vezes ganha seu destaque entre os fãs. Quem não lembra das artes feitas próximas ao lançamento da mais recente versão de Super Smash Bros? Ou daquelas inúmeras montagens envolvendo diversas franquias. E o que dizer de Pixel Arts tematizadas nas franquias mais famosas da Big N? Pokemon e Mario figuram entre as mais conhecidas.

Por que é uma arte?

Vamos resumir a resposta para essa pergunta com outra pergunta: você já tentou fazer um desenho em paint? Pixel a pixel? Esqueça as ferramentas cheias de recursos como um Photoshop ou GIMP; elas são voltadas para outros propósitos. Fazer uma arte tão rica em detalhes com o mouse com a mesma paciência e dedicação que um pintor tem com seu quadro e pincel é para poucos.

Poderíamos inclusive entrar naquela velha discussão sobre o virtual e o real, mas deixemos isso de lado. O que realmente importa para que coloquemos o Pixel Art como uma veia artística de fato é o que ela passa a quem deseja vê-la. Sim, mesmo uma obra engraçada pode ser considerada arte, porque ela toca esse âmbito em você.

E mesmo ela pode trazer experiências que nenhum quadro seria capaz de fazer. E essa é a ponte na qual falarei mais no próximo artigo. Até mais!
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