Uma das promessas da Nintendo para o Switch esse ano era uma nova IP do gênero luta conhecida como ARMS, essa nova franquia, no princípio, parecia ter sido criada para trazer de volta a fórmula de jogar que havia sido utilizada no Wii, o que acabou deixando alguns donos do console um pouco decepcionados. Quando anunciado, o jogo apresentou, em seus trailers, apenas cinco personagens e isso só diminuía ainda mais a expectativa, inclusive daquele que vos escreve. A sensação era de que mais uma vez a Nintendo entregaria um jogo incompleto (como fez com o primeiro Splatoon) e aos poucos lançaria novos conteúdos, para que só depois de um ano de lançado, nós poderíamos ter um produto final. Para a nossa alegria, próximo ao lançamento, novos personagens foram apresentados e vimos uma quantidade mais aceitável de conteúdo no jogo. Mas será que ARMS foi contra aquilo que alguns esperavam e conseguiu entregar um jogo de luta que os donos do Switch desejavam? Confira a nossa análise abaixo e confira o que achamos.

A Nintendo mais focada no eSport


Assim como Splatoon, ARMS é mais uma franquia criada como uma tentativa da Nintendo de se popularizar no eSport, o jogo possuí vários modos, e sinceramente os modos online são os mais divertidos. Não há muito o que explicar em relação aos modos de jogo, pois tudo já foi explicado minuciosamente no teste que realizamos do beta que ocorreu entre os dias 26 a 28 de Março 2017. A diferença aqui é que os servidores estão mais estáveis e a pontuação que você faz durante as partidas vão somando com o total geral composto também por outros modos, incluindo o Arcade.

Há uma nova modalidade no jogo, esse modo é o Rank, aqui os jogadores mais experientes vão competindo para ver quem é o melhor lutador. Mais uma prova do foco da Nintendo para esse jogo. Com a última atualização que ocorreu, uma nova opção para se inscrever para futuros eventos (campeonatos) foi disponibilizada, mas infelizmente, para nós brasileiros ela é inútil.

Prepare-se para os campeonatos de ARMS que virão

O jogo possuí também um modo Arcade no qual o jogador terá que enfrentar dez lutadores até chegar ao desafio final e se tornar o melhor lutador. Esse é um modo bem popular que vem sendo usado desde os anos 90, mas que foi perdendo um pouco a força após a primeira década do novo milênio. Os novos jogos de luta estão vindo com um modo história, pois ele introduz o jogador ao universo do jogo e traz mais vida aos personagens. Em ARMS isso não existe, durante o modo Arcade, o apresentador faz uma breve introdução dos personagens com informações de peso, idade e altura que são apresentadas na tela, ou seja, o jogo até o momento apresenta uma lore muito pobre.

Há dez personagens jogáveis (com atualização, agora são onze) e eles terão que ser derrotados no modo Arcade


Várias formas de jogar, mas só uma é a mais interessante


ARMS aproveita quase, ou poderia dizer todas, as formas de jogar que o Switch possuí. Vai do gosto de cada jogador escolher a melhor forma, mas sinceramente, achei que o jogo perde a sua essência quando optamos por jogar sem o sensor de movimentos. Aqui eu posso rasgar elogios e dizer que o jogo aproveita muito bem a movimentação de controles e não me senti frustrado com qualquer erro de reconhecimento nos movimentos. Jogar ARMS dessa forma fará seus braços doerem um pouco no início, mas a diversão será bem maior. Quando passei para o modo controle, senti que o jogo perdeu a graça, claro que fica mais fácil, mas fica claro que o jogo foi feito para jogar dando socos ao vento, a coisa fica pior quando você vai jogar utilizando um dos pares do Joy-con, pois o tamanho do controle deixa o gameplay um pouco desconfortável.

ARMS aproveita muito bem todas as formas de jogar no Switch


Belos gráficos com designer bem bolado


A Nintendo nunca se preocupou em trazer para as suas franquias personagens com aparência mais realista, em ARMS não é diferente. Cada personagem tem suas características próprias, por exemplo, temos uma cozinheira de Miojo cujo braços são feitos de macarrão. Parece bizarro, mas é muito divertido e a ideia ficou muito bem apresentada na tela.

Cada cenário apresenta características de seus lutadores, e é legal observar que a torcida muda de acordo com os participantes. Eles se vestem com roupas de seus ídolos e isso traz detalhes que ajudam a deixar o gameplay melhor.

Não espere ver sangue em ARMS, a Nintendo não faz isso. Durante o jogo você verá que ele foi feito para atingir o máximo de público possível, mas não pense que por conta disso o jogo será pobre em detalhes. A pancadaria rola a solta e o jogador, em alguns momentos, verá pedaços do cenário sendo destruídos quando arremessar com toda a força um oponente no chão.

Apesar de ter um gráfico cartunesco, ARMS é bonito, cheio de cores e detalhes. Rodando a 1080p na dock e a 720p no modo portátil, o jogo não teve queda na taxa de frames em nenhum modo durante as lutas. No modo online isso é ainda mais impressionante. Claro que o jogo não é o melhor exemplo de beleza quando comparado com outros jogos de luta atuais. Mas com toda certeza ele não faz feio e isso é muito bom, pois mostra que o Switch tem capacidade de rodar jogos com bons gráficos.

A dificuldade apresentada é essencial para a diversão do game


ARMS é um jogo difícil, não pense que você balançará os braços feito louco e assim conseguirá acertar o oponente. O jogo necessita de estratégia, cada lutador tem a opção de combinar três tipos de braços onde cada um tem uma vantagem e uma desvantagem. Além disso, cada lutador tem uma habilidade especifica, que vai desde se recuperar enquanto está na defesa, ficar super forte quando está próximo de ser derrotado ou até mesmo teletransporta para evitar o golpe de um adversário. Há lutadores mais rápidos outros mais fortes.

Com tantas habilidades e possibilidades de combinação dos braços, a jogador terá que estudar muito bem o oponente para poder escolher a melhor forma de derrotar o mesmo. E em alguns casos, fica visível a vantagem que um determinado lutador tem sobre você, então, será necessário bolar uma boa estratégia para derrotar o adversário.

Cada personagem tem uma habilidade própria


Esse é um nível de dificuldade que nos agradou muito, pois, o desafio e a vontade de chegar até o final deixa o gameplay mais interessante, e algumas vezes até longo, pois vai ser comum você ser derrotado muitas vezes. E haverá lutas em que você ganhará na raça e se sentirá muito bem com isso.

A trilha sonora excelente não preenche a falta de um narrador


A trilha sonora do jogo com certeza é belíssima, alguns cenários terão músicas que irá com certeza ficar na mente de muitos jogadores. Elas combinam com a personalidade do representante do cenário. Mas o lado bom do som termina aqui, a falta de um narrador (no estilo de pokémon stadium) deixou as lutas um pouco sem graça. Claro que, não queríamos alguém gritando durante as lutas, mas de vez em quando escutar um comentário ou uma reação do narrador durante determinadas ações traria ainda mais a sensação que estamos lutando em um campeonato. Isso é difícil de implementar durante as lutas. Pelo menos no final do modo Arcade isso deveria ter sido colocado.

Temos que nos conformar apenas com um narrador mudo cuja fala passa rapidamente na tela e dificulta a leitura até mesmo daqueles que dominam muito bem a língua inglesa. E falando em língua, o jogo foi lançado para muitos idiomas (muitos mesmo), mas o Português ficou de fora, poderia até mesmo ser o de Portugal. Tivemos um Mario Kart 8 traduzido, o que custada trazer ARMS também?

Conclusão


ARMS é um jogo inovador. Ele é mais uma prova da vontade da Nintendo entrar no mundo do eSport. A justificativa de compra do jogo é apenas se o jogador tem um perfil de jogar Online. O modo Arcade está presente, mas não emociona, não há um final ou uma breve história (como acontece com Street Fighter 2), sendo esse só um modo de treino para os adversários que você encontrará no multiplayer.

Há mais conteúdo prometido pela Nintendo, haverá mais lutadores e braços a serem lançados. Quem sabe um novo modo também não chegue ao jogo e ele conte um pouco mais sobre cada personagem. Só o tempo dirá. No momento, recomendamos ARMS apenas para os amantes de jogos de lutas, mais precisamente para jogar online.

- Jogabilidade: 9,0
- Gráfico: 8,0
- Som: 7,0
- Diversão: 6,0

Nota Final: 7,5

Gostamos:
- Gráficos bonitos e detalhados;
- Trilha sonora cativante;
- Dificuldade ideal;
- Lutas online com servidores estáveis;
- Várias formas de jogar (utilização de controles);

Não gostamos:
- Ausência de um modo história;

- Ausência de um narrador;
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