The Legend of Zelda Breath of the Wild foi apresentado pela primeira vez na E3 de 2014 com promessas de lançamento para 2015, o jogo teve uma série de atrasos, sendo que o último deles, apesar da Nintendo não ter se pronunciado quanto a isso, fez com que a empresa lança-se o jogo junto com o se novo console, Nintendo Switch. Com todos esses atrasos a empresa pôde trabalhar mais no jogo que seria o motivo de muitos jogadores comprar o novo console. Muito hype foi feito em relação a nova aventura de Link. Trailers, gameplay, mundo aberto, liberdade, e claro, o fato de ser um novo Zelda, chamou a atenção de muitos jogadores na esperança de jogar algo tão inovador quanto Ocarina of Time. Mas será que depois de todos os adiamentos que o jogo sofreu, a Nintendo conseguiu fazer uma verdadeira obra prima? Confira abaixo a nossa análise para saber o que achamos.

Uma história bem desenvolvida, mas é necessário explorar para se ter mais detalhes


O jogo começa com Link, sem memória, acordando de um sono que durou 100 anos. Rapidamente o jogador já tem o controle do personagem e parte para o mundo aberto de Hyrule, que foi palco de uma grande guerra. Logo na primeira hora do jogo, parte da introdução da história é apresentada e o jogador passa a entender o que está acontecendo ali. Os objetivos são marcados no mapa e um deles é para derrotar o vilão principal da trama, ou seja, quer finalizar o jogo? Vá em frente e boa sorte.

Se quiser ir enfrentar o ultimo chefe, boa sorte.

Os jogos da franquia sempre tiveram uma história muito parecida, porém, sempre acontecendo em outras eras. Nesse novo jogo a coisa não é diferente, mas o que o tornou tão especial é a forma em que a trama é contada. Os personagens, com exceção de Link, ganharam vozes e isso trouxe ao jogo mais emoção do que visto nos outros jogos da série.

Há momentos de muita emoção

Breath of the Wild foi desenvolvido com um imenso mapa para que o jogador pudesse explorar cada lugar, nele encontramos fragmentos da história espalhados pelo mundo, seja através de conversas com NPC ou por meio de memórias perdidas, toda essa exploração prova que esse sempre foi o objetivo do jogo. Os eventos que ocorreram para deixar Hyrule como está, são apresentados muito bem apenas seguindo os objetivos principais do jogo, mas se o jogador desejar entender mais sobre toda a trama e o que aconteceu há 100 anos é recomendável explorar e observar cada lugar que puder ir, é muito legal escutar os NPCs contando histórias do herói lendário que misteriosamente sumiu e como ele ajudava o exército durante o ataque causado pelo vilão. Também existem, espalhados pelos cenários, fortalezas, pontes e restos de inimigos que despertam a imaginação do jogador sobre os eventos que ocorreram ali, principalmente quando se encontra um viajante e o mesmo conta um pouco da história daquele local.

Há muitos detalhes que enriquecem a história do jogo, mas ela precisa ser buscada. O jogador não sentirá falta, caso opte por não buscar, mas com certeza ele irá admirar mais a trama se resolver entender ainda mais o que aconteceu naquele mundo.


Os gráficos não são os mais bonitos, mas ainda assim são belos


Os gráficos apresentados em Breath of the Wild são simplesmente incríveis, claro que você não verá um Link com uma aparência mais realista ou cenários com texturas que se aproximam do real. A qualidade fica por conta dos detalhes de cada canto de Hyrule, tanto a flora quanto a fauna desse mundo são apresentadas de forma belíssima a ponto de jogador querer parar para observar por um momento todo o cenário ao seu redor. As dungeons também não ficam atrás e cada local tem seus detalhes que chamam a atenção, a movimentação dos personagens são apresentadas e dá para ver que tudo foi feito com muito carinho para entregar algo que utilizasse o máximo de recursos possíveis do Wii U.

A fauna e flora de Hyrule são incríveis

Para fazer essa análise, jogamos o jogo no Switch e o mesmo apresentou um desempenho melhor que no Wii U, pouca coisa, algumas melhorias de texturas e o fato da resolução ser melhor no novo hardware, mas isso não irá deixar os jogadores do antigo console menos privilegiados na hora de jogar, como foi dito, as diferenças são descartáveis.

Durante o gameplay no Switch sentimos quedas na taxa de frames, principalmente ao andar de cavalo e em locais com muitos inimigos ou NPCs. Essas quedas não tiram a boa experiência do jogo e não vai atrapalhar a jogatina de ninguém.

A verdadeira liberdade de exploração


A forma de como o jogador vai jogar Breath of the Wild é uma decisão pessoal, há missões no mapa para serem realizadas, mas não há obrigação alguma de fazê-las, podendo deixa-las totalmente de lado e partir para a exploração, teoricamente seu jogo não será igual ao de nenhum outro jogador. Cabe a você decidir o que fazer e para onde ir, mas sempre tendo muito cuidado para não dar de cara com um inimigo parrudo, ou não, e acabar encontrando a morte.

O jogo apresenta ferramentas que vão auxiliar o jogador durante sua exploração, uma delas é um mapa que pode ser marcado com alguns símbolos que representam o que aquele local significa no ponto de vista de quem está jogando, mas não se engane, aqui não haverá uma rota calculada dizendo qual o melhor caminho, uma vez que o jogador decide ir a um local, ele terá que achar a melhor forma de chegar até lá, podendo passar por locais extremamente perigosos ou escalando montanhas aonde a temperatura é abaixo de zero e você terá que dar seu jeito de se esquentar para não morrer de frio.

No grande mapa existem desafios que se encontram dentro de mini templos que após conclui-los lhe dará um item que servirá para realizar upgrades na vida e estamina, no caso da última ela é essencial para escalar, nadar, planar no paraquedas e correr.

É muito chão para explorar

O clima faz toda a diferença e dependendo da situação pode até levar a morte, por exemplo, em caso de tempestade, ao utilizar um equipamento feito de metal o jogador estará correndo o risco de ser atingido por um raio, quando o ambiente está frio, o herói irá perder os pontos de vida até morrer, em clima de chuva a escalada é praticamente impossível, sendo assim, esteja preparado para as mudanças climáticas que são apresentadas na tela com antecedência.

Não suba uma montanha só de short... é sério, não suba

Há algumas cidades e vilarejos, e cada um deles tem missões secundárias dadas por alguns NPCs e lojas para serem visitadas,  o interessante aqui é que não há transição de mapa quando se entra em uma casa. Ao abrir a porta o jogador pode entrar no local sem sair do mundo aberto. Os NPCs fazem a sua rotina tranquilamente seguindo rigorosamente o relógio apresentado na tela, você poderá ver os mesmos entrando em suas casas sentando em suas cadeiras ou até mesmo indo dormir.

Há muito o que se fazer nesse vasto mundo, durante a aventura o jogador poderá adquirir uma runa de máquina fotográfica e começar a catalogar os itens, animais e inimigos de todo o mapa. Há também as sementes Korok que estão escondidas e só surgem após resolver um rápido puzzle no mundo aberto. Ele é um coletável e poderá ser trocado para expandir o seu inventário.

Dificuldade na medida certa


Os jogos da franquia sempre tiveram uma dificuldade razoável, sendo que a maioria eram voltados apenas para os labirintos e puzzles que o jogador encontrava no decorrer da jornada. Em Breath of the Wild a dificuldade do jogo se expandiu para outros horizontes, e logo no primeiro momento é visto que não é só chegar em um local meter a espadada em todo mundo e pronto, agora as batalhas se tornaram algo mais desafiador, é necessário estudar os movimentos do inimigo e até mesmo evitar uma luta apenas derrotando todos de forma sorrateira.

Nos jogos anteriores da franquia, os chefes eram limitados há alguns comandos que depois de 2 minutos de combate o jogador já conseguia prever todos os seus movimentos. Derrotá-los era algo simples e dependia apenas de um determinado item encontrado antes de entrar na dungeon que levaria para a tal batalha. Mas agora a Nintendo deu uma reviravolta no estilo de combate da trama. Para começar, os chefes agora possuem uma barra de vida, que dependendo dos seus atributos, você terá muita dificuldade para diminuir. Enfrenta-los vai exigir muita habilidade e treino, além de ter uma arma mais forte e resistente para não ter a frustração de vê-la quebrar no meio da batalha.

As batalhas contra os chefes estão mais difíceis

Não espere que alguém vai segurar a sua mão dizendo o que fazer, o mais próximo que você terá disso são os tutoriais discretos, apresentados no início da trama, explicando como utilizar determinados equipamentos e algumas dicas de batalha. Se quer saber mais, converse bastante, pois as vezes um NPC lhe ensinará algo bem útil, como por exemplo, montar em um cavalo selvagem, fazer uma boa caça e capturar insetos.

Monte em um cavalo e cavalgue por toda a Hyrule

Toda essa dificuldade foi essencial para deixar o jogo muito mais divertido, claro que o jogador não terá grandes aborrecimentos, como perder todos os itens e pontos obtidos durante a aventura, e isso deixa a jogatina mais tranquila. Nem sempre há uma única solução para passar de um obstáculo, e quando o jogador descobre uma forma de fazer, utilizando tudo o que está a sua volta para passar por eles, o sentimento que fica é de muita satisfação em ver que a criatividade foi a chave certa para avançar.

Puxando um pouco mais para o RPG


A Nintendo deixou claro que queria inovar nesse novo jogo e mais um vez iremos falar da liberdade que o jogo oferece, mas agora não se trata apenas da exploração, e sim do que levar na aventura. Agora Link não terá apenas as vestimentas padrões encontradas em jogos anteriores, o jogador pode se vestir da maneira que desejar, misturando roupas e equipamentos que podem melhorar alguns atributos, como por exemplo, velocidade de escalada, resistência, força e etc.

As armas também não ficam atrás, se você pensa que vai levar somente uma ou duas espadas, ou armas que serão mais eficazes apenas em uma determinada dungeon, você esta enganado. Em Breath of the Wild praticamente qualquer coisa vira uma arma, como por exemplo, uma colher de sopa ou um galho de árvore. Cada arma e escudo tem sua durabilidade e após utilizá-las por um tempo as mesmas serão quebradas, então sempre ande com várias armas para não ter a frustração de no meio de uma batalha ficar desarmado.

Esteja preparado para que quando sua arma quebrar você não ficar desarmado

O jogo adicionou também a habilidade de cozinhar, você poderá misturar os elementos que quiser, claro que, ao fazer combinações bizarras o resultado será um prato de gosto duvidoso que trará um resultado pouco satisfatório no momento de usar. Utilize os ingredientes corretos e o jogador terá um prato que melhora atributos e encha os seus corações (me refiro a barra de vida – life – do jogo), misture insetos com os corações (agora de verdade) de seus inimigos e o resultado será um poderoso elixir.

Faça as misturas corretas e você terá uma refeição de qualidade

Os jogos da franquia sempre tiveram um misto de aventura e RPG, com essas novas funcionalidades o jogo passou a ter uma característica maior do último gênero listado. Mas a Nintendo acertou em cheio, pois isso trouxe muita liberdade e realismo para o jogo.

Uma jogada arriscada na trilha sonora


Todos os jogos da franquia possuem uma trilha sonora que ficará na memória de qualquer jogador que ousou se aventurar em Hyrule. Clássicos como Lost Woods Theme (ou Sara’s song), Temple of Time Theme, Gerudo’s Valley Theme e outros, são lembrados com muito carinho por pessoas que até mesmo nunca jogaram os jogos, mas que um dia escutaram essas melodias em algum lugar.
Mas em Breath of the Wild você caminha por uma Hyrule silenciosa, apenas com os sons da natureza. Em determinados locais, uma breve melodia é tocada e elas são lindas, o instrumento utilizado para as melodias foi o piano e ele encaixou muito bem com a atmosfera do jogo, trazendo um pouco de melancolia e mistério para o ambiente. Por um momento foi decepcionante ver um mundo tão grande e calado, mas com o passar do tempo vimos que isso era realmente necessário, pois ouvir o som das águas, das folhas ao vento, dos animais em seus habitats e do clima naquele momento deixa tudo muito real e aumenta a imersão.

Há várias melodias no jogo, e elas são tocadas em locais mais reservados, como por exemplo, vilarejos, elas são de fato bonitas e ficam na cabeça do jogador. Deu para ver que a trilha sonora não foi deixada de lado, foi realizado um excelente trabalho que trouxe ao jogador a sensação de estar realmente naquele mundo. Não espere ouvir trilhas sonoras aos montes, como visto em Ocarina of Time ou Wind Waker, por exemplo. Mas acredite, você vai gostar muito do que a Nintendo fez em Breath of the Wild.

Utilizando os Amiibos


Os Amiibos foram muito bem aproveitados no jogo e todos os da franquia, que foram lançados até o momento, podem desbloquear um item, arma ou companheiro, como por exemplo, Wolf Link e a Epona.

Wolf Link é o Amiibo mais irado

É impressionante que apesar de ser um adicional, a Nintendo teve o cuidado de colocar uma utilidade, principalmente nos companheiros invocados pelo acessório, como por exemplo, Wolf Link que irá lhe ajudar nas batalhas. Para esse último, observamos o cuidado que a empresa teve em desenvolver cada detalhe.

Conclusão


Com tantos adiamentos e demonstrações em feiras, a Nintendo criou uma expectativa imensa para o lançamento do jogo. Já esperávamos algo muito bom, e de fato nós fomos surpreendidos. Há diversos jogos excelentes de mundo aberto, mas falamos nas ultimas linhas sobre algo inovador, algo que jamais era esperado até mesmo pelos fás da série.

The Legend of Zelda Breath of the Wild sai totalmente da linearidade que estávamos acostumados em jogos anteriores da série. A Nintendo entregou um jogo que vai muito além do que utilizar itens e chaves para avançar, aqui a ferramenta principal é a sua criatividade.

Se você comprou um Nintendo Switch, com certeza foi para jogar esse novo jogo, mas se você tiver um Wii U e ainda não está jogando ele, corra imediatamente a loja com o preço mais justo e adquira essa aventura que vai mudar sua maneira de jogar em um mundo aberto.


- Jogabilidade: 10
- Gráficos: 10
- Som: 10
- Diversão: 10

Nota Final: 10

Gostamos:
- Liberdade nunca explorada antes em um jogo;
- Cenários incrivelmente detalhados;
- Dificuldade que força a criatividade do jogador;
- História bem narrada com boa dublagem;
- Um bom aproveitamento dos amiibos;

Não Gostamos:

- Queda na taxa de frames em alguns momentos;
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