Finalmente, depois de muito marketing, especulações e trailers, o Nintendo Switch foi lançado e nós do A Casa do Cogumelo realizamos diversos testes no console e trazemos até vocês a nossa análise. Ela será diferente das análises realizadas em jogos, nós não daremos notas, mas tentaremos nas próximas linhas trazer de forma detalhada a nossa opinião.

Conteúdo e segurança da caixa


A caixa do Switch é pequena em relação aos seus antecessores, e logo de cara já dá para imaginar que não há muito ali dentro. Não gostamos muito da forma em que os acessórios e o console estavam acoplados na caixa, pois, basicamente o que os separavam eram apenas uma caixa de papelão e sem plástico bolha para o tablet que deveria ter um certo cuidado, principalmente na tela. Diferente dos seus antecessores, as caixas sempre eram bem protegidas para que o usuário final não tivesse o azar de ter algum acessório quebrado durante o transporte, mas para o console atual, a Nintendo não deu muita atenção.

Na caixa há apenas o suficiente para o console funcionar

Dá para ver que a empresa quis economizar até mesmo na embalagem do produto, entregando algo simples e com o mínimo de segurança. Há também a falta dos “mimos” que desde o Wii estávamos acostumados a ter. A falta de um jogo, que poderia ser o 1-2 Switch ou uma demo pré-instalada fez muita falta, obrigando o jogador a desembolsar um pouco mais para poder desfrutar do console.

Joy-Con com bom design e resistência


É impressionante como a Nintendo conseguiu colocar a tecnologia de HD Rumble, sensor de movimento, sensor de profundidade, bateria e leitor NFC (para os Amiibos) em um controle tão pequeno. Os Joy-Con se encaixam perfeitamente na mão, são leves e seus materiais aparentam ser bem resistentes. O acesso aos botões são fáceis e não machucam a mão, porém acaba sendo um pouco desconfortável utilizar apenas um dos Joy-Con como controle (na forma horizontal), a quantidade de botões presente em cada Joy-Con é surpreendente, ele possui mais botões que o Wii Remote, porém faltou a pequena caixa de som, que estava presente no joystick do Wii. A falta de um direcional clássico pode prejudicar a forma de jogar futuros jogos de lutas, como por exemplo, Street Fighter. O tempo de bateria dos Joy-cons teve um resultado bem satisfatório, ultrapassando um pouco mais de 17 horas de jogo, mas testamos apenas com o jogo The Legend of Zelda Breath of theWild que não utiliza o HD Rumble e outras funcionalidades do controle.

Há mais tecnologia no pequeno controle do Switch do que no Wii Remote

O Grip é um acessório utilizado para transformar os Joy-Con em um joystick mais tradicional, o acessório tem um bom material e deixa a pegada mais confortável, semelhante aos controles do XOne e PS4. Para quem pretende jogar sem o sensor de movimento, o Grip será um excelente acessório. O grande problema é que a versão que acompanha o console não tem a funcionalidade de recarregar os controles, sendo necessário que os mesmos estejam acoplados no tablet enquanto ele está ligado na tomada para poder carregar.

O jogador não sentirá muita diferença em relação aos concorrentes quando estiver utilizando o Grip

O Dock é discreto e muito simples


Feito de plástico resistente, leve e pequeno o Dock serve para transmitir a imagem do tablet para a TV, há também uma tampa atrás que quando aberta dá acesso a uma porta USB 3.0, uma saída HDMI e uma entrada para fonte (USB-C), essa última tem a vantagem de ser bivolt. Ao lado do Dock existem duas portas USB 2.0. O que fez falta no Dock foi uma entrada RJ45 para rede Gigabit, limitando ao uso do Wifi, porém, há promessas de um adaptador, assim como foi com o Wii e Wii U. Não há saída óptica no Dock, sendo assim, o jogador ficará limitado apenas ao áudio da TV ou do tablet, quando estiver no modo portátil.

Observe a simplicidade da Dock

Modo portátil para jogar em qualquer lugar, mas leve um carregador


A proposta do Switch é ser um console em que você pode jogar em casa e se quiser continuar a jogatina em outro lugar, basta retirar ele do Dock e levar com você. De fato a empresa cumpriu muito bem a sua promessa, o tablet com os Joy-Con encaixados são incrivelmente leves e portá-los não vai trazer incomodo para o usuário. O aparelho possuí uma tela multitoque bastante responsiva e com resolução de 720p, algo que para um portátil é bem aceitável. O tablet possuí na parte traseira um suporte para o deixar apoiado enquanto você joga com os Joy-Con desacoplados, mas o pequeno suporte traz uma sensação de fragilidade e parece que quebra muito fácil.

Praticamente do mesmo tamanho do Gamepad do Wii U, porém mais leve e com todo o poder de processamento do console

Jogamos, com as configurações padrões de fábrica, o novo Zelda durou por 3 horas e 16 minutos até que a bateria descarregasse. Esse tempo é pouco em relação aos portáteis que já estão na praça, mas devemos levar em conta o poder de processamento do console em relação ao jogo que estava sendo jogado. Recomendamos comprar um recarregador portátil compatível com USB-C para levar com você durante uma viagem longa, pois vai ser frustrante ficar sem jogar por falta de bateria. Para recarregar por completo o tempo chegou próximo a 3 horas.

O Switch tem o tamanho e peso ideal para ser considerado um portátil

O armazenamento é pequeno, mas pode ser expandido


O Switch oferece uma memória interna de apenas 32 GB, isso é insuficiente para quem gosta de comprar jogos digitais. Mas a Nintendo deixou claro, inclusive na caixa do console, diz que o mesmo aceita cartão Micro SDXC, mas será necessário desembolsar uma boa grana para deixar seu console pronto para receber jogos da eShop. Pesquisamos alguns preços, em lojas especializadas, e um cartão de 128 GB está na média de R$ 200,00, ou seja, quase o preço de um jogo AAA.

Esse é o cartão compatível, quanto a marca ela é uma escolha pessoal

Sistema rápido, discreto, mas com poucas funcionalidades


O sistema do Switch é de longe bem melhor do que vimos no Wii e Wii U, ele é bem mais rápido e possui uma boa usabilidade, tudo é muito simples e direto, com direito ao idioma Português de Portugal. Há opções de configuração de cores, formato da tela, iluminação, perfis de usuário e controle dos pais.

Logo no primeiro momento em que o usuário liga o aparelho ele será levado a algumas telas de configuração de idioma, região, fuso horário e etc., em seguida é apresentada a tela para configuração do usuário, nela você pode escolher uma imagem para perfil, ou se preferir, fazer um Mii, no caso do último, o sistema de criação ficou muito legal e com algumas funcionalidades novas, como por exemplo, colocar expressões nos avatares criados. Há também um modo de captura de tela que é acionada apertando o botão presente no Joy-Con esquerdo, essa funcionalidade é muito simples, mas esperamos que com o tempo ela possa ser expandida para fazer captura de vídeos também.

Tela inicial do console traz tudo o que o jogador precisa

A tela inicial é bonita e muito fácil de usar, nela temos os jogos que estão instalados (ou com cartucho inserido) e logo abaixo temos um menu com as opções de novidades, eShop, capturas, informações do Joy-Con e tablet, configurações e modo de energia. Achamos muito legal a opção com novidades, nela o usuário encontra notícias sobre o que há de novo para o console, não precisando ter que entrar na loja virtual para ver quais jogos estão disponíveis ou que chegarão em breve, por exemplo.

A opção Novidades apresenta informações sem ter a necessidade de entrar na eShop 

Durante os nossos testes, o sistema funcionou de forma fluída e não apresentou travamentos. Mas sentimos faltas de aplicativos de stream, tais como, Youtube e Netflix, além de um browser. A sensação é que o sistema do console está inacabado e que há muita coisa para ser adicionada.

Nintendo eShop reformulada, mas sem muita opção


A loja virtual da Nintendo sempre teve uma usabilidade ruim em relação aos concorrentes, mas o cenário mudou no Switch e o usuário já percebe isso no primeiro momento em que terá que conectar com sua conta na eShop, todo o processo é bem rápido e em poucos minutos tudo já estará configurado para uso.

Uma grande vantagem agora é que o jogador poderá usar a conta de um outro usuário na mesma seção. A eShop está bem simples, temos no momento três opções para escolher, uma primeira apresenta os últimos lançamentos, a segunda os jogos que estarão disponíveis em breve e a terceira para inserir códigos para resgate de jogos ou descontos.

Por enquanto, a eShop da Nintendo está bem limitada

Ao clicar em um jogo fomos levados para uma tela que apresenta o valor e informações do produto, tais como, fotos, vídeos, linguagem suportada e etc. Realizamos os testes na eShop e em alguns momentos em que estávamos assistindo trailers de jogos o vídeo travou e foi necessário voltar para o Home para voltar a usar o console. Vale ressaltar que isso não aconteceu com todos os jogos, apenas com dois da pequena lista disponível.

O sistema de busca é simples e basta digitar as palavras chaves para que a mesma seja realizada. Não há misturas de jogos do Wii U e 3DS aqui, apenas são apresentados os jogos do Switch. Infelizmente não há virtual console no momento, com isso temos poucas opções de jogos.

Mídia física com gosto amargo


Os jogos físicos são preferências de muitos jogadores, a mídia escolhida para o Switch foram os cartuchos, e foi uma escolha sábia, tendo em vista a portabilidade do console. Limitado a 32GB, os cartuchos possuem um tamanho pequeno, menor até mesmo do que os utilizados no 3DS, eles são encaixados na entrada presente acima do tablet. A vantagem da utilização dos cartuchos, com certeza é o rápido carregamento do jogo e não ser necessário a instalação do mesmo no console. O material do cartucho é simples, mas aparenta ter durabilidade, afinal não tem como arranhar essa mídia, além disso os conectores são difíceis de serem tocados com os dedos. A caixa da mídia é pequena, mas não agrada muito ficar levando ela junto com o console.

Cartuchos pequenos que facilitam o transporte, quando não estão em suas caixas

A Nintendo se preocupou com todos os públicos quando resolveu lançar o Switch, a maior prova disso é que os cartuchos possuem um gosto muito amargo, colocado de propósito pela empresa, para que as crianças não coloquem o mesmo na boca. Fizemos o teste e o resultado é realmente desagradável, parabéns para Nintendo por pensar nisso.

Conclusão


A Nintendo fez um bom trabalho de marketing que ajudou o Switch a quebrar recordes de vendas durante o seu lançamento. Fazer um hype para o console trouxe muitas expectativas para o público e isso acabou por trazer decepção para alguns quando o console foi lançado de forma limitada em alguns recursos.

Com certeza vale muito a pena comprar o Switch, mas só se você compra-lo fora do país, pois pagar um valor entre R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 para ter um console que no momento está entregando algo incompleto, pode trazer frustrações. É recomendável esperar melhorar a biblioteca de conteúdos disponíveis para o sistema, quem sabe até lá o hype acaba diminuindo e o console chegue a um preço mais justo nas terras tupiniquins. 

O Switch tem tudo para ser um console de muito sucesso, o apoio das thirds, os exclusivos de peso e a proposta do console podem chamar a atenção dos jogadores para dar mais uma vez a chance da Nintendo mostrar que ela sabe inovar, e que gráficos e poder de processamento nem sempre são os diferenciais para um console deixar um bom legado.
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